Carácter Morfológico

O principal objetivo do standard é descrever a raça como ela se deveria apresentar fenotipicamente, tendo como principal referência e descrevendo o bull terrier como um desenho exterior (outline), considerando que para julgar a raça como um todo, torna-se imprescindível conhecer a sua conformação, ou seja, o que esta por “detrás” da pele, a estrutura óssea, o mecanismo do movimento, a sua musculatura e a funcionalidade das partes, em geral, a anatomia da raça.

 

Para criar Bull Terriers ao mais alto nível do standart, obrigatoriamente temos de conhecer a anatomia básica da raça, simplificando, os ossos têm de possuir o tamanho correto e a colocação correta. No entanto, há mais num Bull Terrier do que a correta conformação, Tipo, substância, balanço, caracter, expressão e qualidade, contribuem para afinação do exemplar ideal e não basta que ele seja detentor de uma destas qualidade, sem todas as outras.

 

Para ser verdadeiramente um bull terrier, é necessário, não só, uma correta conformação mas também demonstrar qualidade ao mais alto nível nas restantes tipicidades constituintes da raça.

 

A estrutura fundamental da raça não é mencionada no BULL TERRIER STANDART, aliás presente em qualquer standard de outra raça – a coluna vertebral, espinha dorsal.

 

Ela é responsável por carregar todo o peso estrutural do cão e onde todas as outras partes estão diretamente ou indiretamente ligadas a esta estrutura. A fundação de todas as proporções, do seu tamanho, da sua linha exterior e do seu tipo. Dentro da individualidade da raça, as proporções da coluna vertebral devem manter-se francamente constantes, ou todo a tipicidade é perdida. 

 

Um Bull Terrier deve ser um cão quadrado, deve possuir uma longa cabeça, longo pescoço, longo e massivo dorso e pernas longas que encaixem num quadrado simétrico. A traseira deverá ser curta e robusta, a coluna vertebral direita resultando no caminho correto para se tornar num espécimen típico, contrariamente, nunca terás um handler capaz de esconder um destas características diante de um bom juiz. Tipicidade e balanço trabalham em conjunto e são imediatamente discerníveis á vista.

 

Uma variação do desvio das corretas proporções aliadas a um fraco balanço e uma má tipicidade, tornar-se-á num verdadeiro desastre para um cão de ringue.

 

A coluna vertebral ou espinha dorsal é constituída por 5 partes conjugantes e articuladas entre si.

 

São sete, as vértebras cervicais desde a linha da cabeça ao final do pescoço, convergindo com 13 ossos dorsais que carregam as costelas e suportam os ombros. A parte dorsal segue em linha de união com a parte lombar, sendo que a última, é constituída por um sector de sete partes estruturais terminando nas nádegas, um conjunto largo e amplo formado por 3 ossos que se fundem entre si de seu nome coxis; nela está colocada a base da cauda, imediatamente abaixo, junta-se a pélvis onde estão inseridos os membros posteriores. Finalizando, o tipo correto e intrinsecamente presente no standard descreve uma cervical longa (pescoço), uma estrutura óssea dorsal igualmente longa (resultando numa traseira curta com as costelas bem colocadas atrás); os ossos lombares devem ser curtos (ilustrando um lombo forte e amplo) terminando numa cauda igualmente curta e de inserção baixa.

 

Note-se. É de maior importância uma traseira curta pela colocação dos ombros bem carregados atrás do que por uma linha dorsal demasiado curta, descrevendo assim, nem um cão de subtipo Bull nem Terrier mas o mixto (middle of the road type), o único e o corretamente descrito pelo standard da raça.


Enio Roque Velho